- Voltar ao Ínicio »
- medo , pânico , terror »
- Fatos verídicos e venéricos....
Autor : Rico Ourives
julho 13, 2015
Uma rua escura, um bairro esquisito, uma noite fria e chuviscos tiraram todos da rua, meu semblante de preocupada, alguns ratos trafegam pelas calçadas, este é o cenário do início da madrugada.
Sempre quando ando, não sei mais quem viaja mais, se minhas pernas ou minha mente, mas nessa noite não, minha mente não quis passear, acho que estava pressentindo algo, era uma situação diferente, ninguém nas ruas, um silêncio irritante, a principal avenida da cidade estava deserta, nem o barulho longínquo se ouvia, o que será que tinha acontecido?
Resolvi prender meu cabelo, colocar minha luva e ficar atenta a tudo, como isso fosse me livrar de uma situação ruim, mas fiz, um desencargo de consciência, talvez a energia negativa da gente atraia coisas ruins, mas o medo, esse nos faz ver coisas que não existem, e nos deixa vulneráveis a fatores improváveis.
Um susto enorme pois uma lata de lixo foi derrubada por um gato vira latas, meu coração disparou, sentia seus batimentos nas veias de meu pescoço, e ainda para ajudar a piorar a situação, um nevoeiro forte, onde só conseguia ver as luzes amarelas do poste quando estava perto, minha linha de visão diminuiu mais de 80%, o medo começava a concretizar o que jamais achei que iria passar.
Comecei a apertar meus passos, andar mais rápido, minha respiração soltava aquela fumacinha de frio, tudo agora me assustava, e o pior que ainda faltavam uns dez minutos de caminhada, iria passar por um beco muito estranho que fazia ligação a rua da minha casa com essa rua extensa que estou caminhando, ou melhor, quase correndo.
Minhas mãos trêmulas, comecei a ouvir os cachorros uivando, e isso na certa é um sinal que o mal ali estava rondando, minhas pernas já não estavam seguras, às vezes o coração da gente não se engana, algo estava para acontecer...
Quando avistei o beco escuro, com esse frio e neblina, vi como se fosse um vulto, fiquei alguns segundos olhando e criando coragem para entrar, se não passasse pelo beco, haveria de rodear toda a rua e o caminho poderia ser muito pior, ai que escolha difícil!
Optei pelo beco, usei o restinho de coragem que ainda me restava, e na metade do beco, mal dava para enxergar o chão, ouvi uma respiração ofegante, como se tivesse tramando o mal e esperando a vítima passar, corri feito louca, tropecei, machuquei meu braço, deixei minha sacola para trás, mas enfim, atravessei o beco escuro, foi uma vitória não ser alcançado pela criatura.
Na rua de casa, corri para o portão, e não conseguia enfiar a chave na fechadura, e ao olhar, vi alguém saindo do beco, o desespero se multiplicou por 100, enfim, consegui entrar, passei no corredor escuro da casa que moro, minha casa infelizmente é a última, corri, o salto quebro, e aquele monstro no meu portão batendo, minhas lágrimas desciam, já não tinha mais controle.
Ao entrar em casa, ascendi as luzes, e avistei uma velha na área externa de casa com uma faca na mão!
Desmaiei...
Acordei, nos braços de minha vizinha batendo em meu rosto e dizendo pra acordar.
A velha com a faca na mão era minha vizinha passando manteiga no pão...
O monstro que me perseguiu era meu irmão que estava namorando no beco escuro, vinha me trazer a sacola e o celular que tinha caído com minha queda ao chão.
Depois disto dei muitas risadas, pois nosso coração desfalece só com o temor imaginário, com as possibilidades.
by Rico Ourives
fonte imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_50yKg5j4VNw6Fkg-WPrLqAV-n7J73929PbRBTx6liT729R3IXaelgZQ5EVEVA5hnUGomINdZwcNFnSwNyxlrlayilhM5g7-A9an5-JOVnM02RPDyhz_TYOTK298Gm963JgHewRRQFPQ/s1600/terror+%25282%2529.jpg